O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, deputado Mauro Moraes (PMDB), afirmou que “o Legislativo, órgão que tem como função fiscalizar as ações do Executivo, não ficará de braços cruzados assistindo a escalada de violência no Paraná”. A partir de segunda-feira, 17, a Assembléia Legislativa do Paraná vai iniciar uma verdadeira cruzada contra a violência, começando com a reunião da Comissão de Segurança, que vai abranger temas importantes, como o convite ao secretário de Segurança, Luis Fernando Delazari.
“Como o líder do governo, deputado Luis Cláudio Romanelli, já afirmou publicamente que o secretário não vai comparecer, ‘por não haver uma razão específica’, será redigido pelos membros da comissão um requerimento oficial convocando a presença do secretário de Segurança do Paraná, para prestar esclarecimentos sobre os índices alarmantes de criminalidade que invade a tranqüilidade da população paranaense.
Segundo Moraes, os indicadores chegaram a patamares insuportáveis: nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, ocorreram exatos 234 assassinatos na Grande Curitiba, ou seja, 4 homicídios por dia. Para Curitiba que sempre foi referência por ser uma capital pacata e de excelente qualidade de vida, hoje virou manchete nacional como a Capital da Violência: a taxa de assassinatos chega a 49,3 por 100 mil habitantes, é muito maior que a média nacional e cresce a cada ano.
Luta sem retorno?
O deputado salientou, ainda, que a Comissão de Segurança, em conjunto com o Movimento Curitiba Sem Violência, formado há mais de 5 anos, vem trabalhando no sentido de alertar os responsáveis pela Segurança, sobre a gravidade da situação. Pedidos de aumento salarial para os policiais, construção de mais presídios e maior fiscalização a situação dos distritos policiais e delegacias, volta dos Módulos Policiais, mais viaturas, presença de policiais nos semáforos, entre outras sugestões, não estão tendo a resposta que a população e os parlamentares querem ter.
Já estão marcadas audiências públicas em Fazenda Rio Grande e Colombo, ainda para o mês de março e nos bairros considerados mais perigosos como Cidade Industrial de Curitiba, Cajuru e Sitio Cercado, entre outros. “Serão convidados também o responsável pela Secretaria Especial Antidrogas, delegado federal Fernando Francisquini, recentemente inaugurada, comandantes das Polícias Civil e Militar e aberta a população”, afirmou.
O deputado observou que apesar “de sermos sabedores que os dois governos anteriores sucatearam a Segurança”, não podemos permanecer omissos e devemos continuar esta luta apesar dos entraves e obstáculos. ” Mas como lutar contra hipóteses e fantasmas se os dados de ocorrências criminais não podem ser divulgados pelas autoridades , para que um perfil da violência possa ser combatido?”, finalizou.