A reunião foi salutar, na opinião do deputado, “embora restem discordâncias sobre os números oficiais e os publicados na imprensa e restrições sejam feitas aos dados genéricos apresentados pelo secretário”. “Chegamos a uma boa conclusão: a vinda do secretário de Segurança provou que a transparência e o diálogo é muito melhor que um ocultamento dos fatos e a imagem criada por esta falta de informações”, afirmou.
Neste sentido, o presidente da Comissão de Segurança salientou que há necessidade de um melhor entrosamento entre as diversas forças policiais que atuam nas fronteiras do Paraná, para combater o contrabando dos países vizinhos como o Paraguai, Bolívia, Argentina, etc. Detectada que a causa maior da criminalidade no Paraná são as drogas, com destaque para o crack, urge a elaboração de ações imediatas contra os traficantes que atuam, principalmente, nas fronteiras. “As estatísticas nacionais são claras, quanto ao papel importante do nosso Estado como distribuidor de armas, drogas e munições para o resto do País. O índice chega a 70%, o que requer medidas urgentes”, garantiu.
Exército pode ser chamado
Para Moraes, a proteção de nossas fronteiras é de competência federal, e foi surpreendido com um número muito baixo de homens que atuam em nossos limites geográficos, que segundo o próprio Delazari, é de apenas 50 policiais federais. Diante deste quadro, o presidente da Comissão de Segurança considera que esta quantidade precisa ser reforçada urgentemente e cogita na possibilidade de solicitar através de ofícios ao governador do Estado e ao Ministro da Justiça a presença da Força Nacional em nossas fronteiras. “Este é um problema de Segurança Nacional, que deve ser analisado pelas autoridades competentes em nível nacional e não estadual”, afirmou.
Aliás, este tema vai ser amplamente discutido no Centro de Convenções de Curitiba, no dia 8 de março, em um encontro que contará com a presença do ministro da Justiça, Tarso Genro, de autoridades italianas especialistas nesta área, além do secretário de Segurança, do Prefeito de Curitiba, do governador do Estado, do secretário da Delegacia Antidrogas de Curitiba, entre outros palestrantes especialmente convidados para o evento. Importante destacar que o seminário tem a parceria da Uvepar que trará cerca de 500 legisladores municipais de todo interior do Paraná.
Segurança nas escolas
Segundo informações do secretário em sua reunião com os deputados, várias escolas estaduais são atendidas por apenas uma viatura da patrulha escolar. Na opinião de Moraes cada escola deveria ter sua própria patrulha, além da colocação de detectores de metais na entrada das escolas e, quando necessário, efetuar a revista nos alunos que não se torna um constrangimento, mas sim em uma maneira de garantir a segurança de todos os alunos, professores e funcionários. Outra sugestão do deputado seria a volta dos módulos policiais que, aliás, é uma reivindicação geral, principalmente dos moradores dos bairros. “A comunicação com a polícia para chamamentos mais urgentes não tem sido eficiente. A presença dos módulos traz tranqüilidade e ajuda a inibir a ação dos marginais”, garantiu.
Salários
O governo mandou mensagem nesta semana, aprovando aumento de 5% para os policiais. Moraes, no ano passado, já havia apresentado uma emenda concedendo aos policiais um aumento de 17%, rejeitada na ocasião por apenas dois votos, e diz que tornará a apresentar a emenda propondo um aumento de 20% para reajuste dos salários dos policiais civis e militares.
A tese defendida pelo presidente da Comissão de Segurança é que os policiais que colocam a vida em risco no dia-a-dia para defender a população, precisam receber um salário mais digno, que garanta sua sobrevivência e de seus familiares. “Os policiais devem ter um salário condigno, para melhorar a auto-estima e, consequentemente a eficiência na função”, acredita.
Efetivo da tropa
Quanto a questão do efetivo, Moraes reconhece o esforço do governo estadual em repor o número de policiais nestes últimos anos, mas acha que ainda é insuficiente.O secretário apresentou os seguintes dados: foram contratados quase 6 mil homens,mas nesse período houve uma baixa de 3.600 homens, o que significa que o aumento real foi de apenas 2.400, bem aquém do necessário.
Quanto à epidemia de crack que assola o Paraná, também haverá necessidade de mais policiais, tanto para a prisão de traficantes quanto para a prevenção em escolas. “Se a droga é a principal causa dos homicídios e de crimes contra o patrimônio, a saber, assaltos, furtos e roubos, a presença de um número maior de policiais é imprescindível”, afirmou Moraes, que considerou os índices ligados ao uso e ao tráfico de drogas no Paraná como exorbitantes.
A compra de equipamentos como coletes à prova de bala, viaturas e armamento neste governo foram consideradas como bastante satisfatória.