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12/05/2008

Especialistas falaram sobre segurança em seminário para legisladores do PR

Para o presidente da Alep, deputado Nelson Justus, que fez a abertura do encontro, estamos divididos em dois tipos de cidadãos: os que têm medo de sair de casa e aqueles que nos fazem sentir este medo.Em seguida o microfone foi passado para o Dr. Fernando Francischini, que falou sobre os projetos da Secretaria Especial Antidrogas de Curitiba.

Segundo o delegado, 56% dos pesquisados em Curitiba, consideram a violência como o maior problema da cidade sendo que 80% dos crimes de assassinato cometidos no Paraná, estão relacionados com o tráfico de drogas e a reincidência dos crimes alcança de 80 a 90%. Baseado nestes números, o trabalho da Secretaria se voltou a um geoprocessamento para que um mapa de Curitiba pudesse acusar os lugares mais vulneráveis em termos de drogas. “Os números dos crimes em bairros coincidem com aqueles onde há o maior número de drogados”, afirmou.

De posse dos dados, os projetos se concentram na prevenção e na inserção de jovens que estão saindo das prisões. Para isso estão sendo qualificados 2.700 profissionais para atuarem nos bairros, numa rede de colaboração contra as drogas e com a parceria direta da comunidade. Estes profissionais são pessoas conhecidas como o padre, a pastoral da Igreja, o guarda municipal, o vereador, o presidente da associação de bairros, entre outros.O telefone 156 ajuda a fazer o mapeamento das ocorrências e projetos como o Bola Cheia, que pretende atrair jovens das 22h às duas da madrugada em jogos de futebol e outros esportes, técnica que obteve grande sucesso em Brasília, por exemplo.

Na opinião do Dr Jarbes Saadi, recentemente aposentado da Superintendência da Polícia Federal de São Paulo, para quem os aparelhos e equipamentos de investigação no Brasil alcançaram um excelente patamar, mas falta uma compreensão maior sobre o problema dos jovens que são adotados pelas organizações criminosas, onde cursos são financiados para que sejam infiltrados em órgãos públicos. O especialista falou também da importância da Guarda Municipal no controle da violência e na ação das agências privadas de segurança, que quando legais, prestam excelente serviço à sociedade.

Projetos da PM

Para o palestrista Anselmo José de Oliveira, Comandante Geral da PMPR, o importante é a mudança de comportamento da população, que individualmente ou em pequenos grupos, pode diminuir a possibilidade de se tornarem vítimas. “É necessário agregar os jovens no ensino integral, em programas esportivos e de lazer além de potencializar os projetos já em andamento”, afirmou.

Por fim falaram o professor Arthur Conceição, da UFPR e o pastor Flavio Lemos, coordenador administrativo da Cravi, que atende jovens com dependência química, cujos objetivos principais podem ser resumidos em não criminalizar os jovens, porque criminalizar é excluir e esta exclusão estabelece um vínculo cada vez maior com a droga e o crime, consequentemente. Para Arthur, o jovem deve se sentir parte da cidade e a arte e a cultura deverão fazer parte de seu dia-a-dia, como forma de inclusão.

Para Moraes, o encontro atingiu o objetivo e mais encontros e debates devem ser criados como principal maneira de trocar informações entre as diferentes áreas e opiniões que tem como objetivo principal buscar a causa da violência e lutar contra ela. “O que não podemos é ficar de braços cruzados, vendo os índices de criminalidade crescer em Curitiba e no Paraná. Esta união é que nos dará força para ganhar a batalha”, concluiu.