Segundo o delegado-titular da Denarc, Riad Braga Farhat, a quadrilha movimentava cerca de 40 quilos de crack e cocaína por mês, movimentando aproximadamente cem pontos de venda de drogas em Curitiba, região metropolitana e Litoral. As investigações resultaram na apreensão de 12,7 quilos de cocaína, 12,9 quilos de crack, pequena porção de maconha, R$ 48.597,00, duas pistolas, 68 munições, um colete balístico, seis balanças de precisão e material de contabilidade dos valores auferidos pela quadrilha com a venda de drogas.
Esta fase da Operação Liberdade foi batizada de Tergêmino devido à rota percorrida pela droga e pelos criminosos entre Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. Ela contou com o apoio da Promotoria de Inquéritos Policias e da Vara de Inquéritos Policias de Curitiba, que acompanhou as investigações. Foi feito bloqueio judicial das contas correntes dos suspeitos e solicitado os 26 veículos usados pela quadrilha para a movimentação do narcotráfico, inclusive um veículo blindado.
“A prisão de todos os integrantes desta célula criminosa, o bloqueio judicial das contas correntes que utilizavam para financiar o tráfico e a apreensão de grande quantidade das drogas são um duro golpe contra o narcotráfico em nosso Estado”, afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Marcus Vinícius da Costa Michelotto.
Fogaça era investigado por manter estreita ligação com o traficante Eder de Souza Conde, preso pela Polícia Federal em maio de 2009. A polícia descobriu que ele tinha se mudado da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) para Camboriú (SC) e posteriormente para Florianópolis, onde coordenava a rede de aquisição de cocaína e crack e de distribuição das drogas.
Segundo a delegada Camila Cecconello, responsável pelas investigações, Fogaça adquiria volumosa quantia de crack e cocaína da fronteira da Bolívia em parceria com Crinston Cloves Ferreira, o “Boy”, preso pela Polícia Federal em 2009, durante a Operação Saisine, por envolvimento na quadrilha do traficante “Fernandinho Beira-Mar”. Ferreira residia no Novo Mundo, em Curitiba, e em parceria com Fogaça, contratava “gerentes” e “soldados” do tráfico.
PRISÃO – Fogaça foi surpreendido, descansando em seu apartamento, avaliado em cerca de R$ 1 milhão. Segundo Farhat, que efetuou a prisão com equipes da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic) daquele estado. “Ele estava com seus funcionários do tráfico Michel Zen Martins, o ‘Vina’, e Jair Pessoa da Silva, o ‘Zé’, em seu imóvel. No local, foram localizadas documentações de diversos imóveis de Fogaça e toda contabilidade quadrilha e cerca de R$ 43 mil”, explicou Farhat.
Após a prisão de Rafael Rodrigues dos Santos, em 20 de novembro, com cerca de 11 quilos de crack, parte dos investigados fugiu. “Zé” e “Vina” se mudaram de Curitiba para o apartamento de Fogaça. “O trio já havia adquirido novo imóvel, uma cobertura em um apartamento de luxo a poucas quadras do mar em Florianópolis, para onde se mudariam na próxima semana”, contou Farhat.
ORGANIZADOS – Segundo as investigações, os líderes do grupos costumavam movimentar cerca de R$ 1 milhão por mês, conforme demonstra a contabilidade de drogas organizada por Fogaça e apreendida em sua residência em Florianópolis. Os depósitos dos valores eram efetuados em nome dos familiares dos suspeitos, em nome dos próprios investigados ou em contas correntes de “laranjas”.
Outras transferências eram realizadas em contas correntes de empresas situadas em São Paulo e em supermercados localizados na CIC. Todas estas contas correntes foram bloqueadas por determinação judicial e esses estabelecimentos são investigados por suspeita de lavagem de dinheiro.