03/01/2013
Paraná sai na frente na implantação de banco de dados de perfis genéticos
A adequação ao sistema nacional será facilitada porque o Paraná já mantém, desde 2009, um banco com informações sobre resíduos deixados em locais de crime e em vítimas de abuso sexual. Atualmente, o sistema do Paraná tem aproximadamente 400 registros, sob responsabilidade do Laboratório de DNA Forense do Instituto de Criminalística.
"As amostras são confrontadas sem a necessidade de um suspeito formalmente apresentado pela investigação policial. Na Inglaterra e nos Estados Unidos este procedimento já é realidade desde 1995", informa o diretor do Laboratório de DNA Forense, Hemerson Bertassoni Alves.
As informações do banco de dados do Instituto de Criminalística do Paraná já foram fundamentais para solução de um crime. Em junho de 2012, com o auxílio dessas informações, a Polícia Civil prendeu um suspeito de cometer mais de 20 estupros em Curitiba e Região Metropolitana.
Na época, a delegada responsável pelo caso solicitou o exame de DNA de várias vítimas para confrontar com o perfil genético do acusado, mas ele se negou a doar a amostra sanguínea, impossibilitando momentaneamente a produção de provas. Em um contato da delegacia com Bertassoni Alves, foi sugerido que fosse enviada para análise uma escova de dentes descartada pelo suspeito, para uma tentativa de extração de DNA das cerdas, o que comprovou o crime.
A pesquisa no Instituto de Criminalística mostrou que o perfil genético do suspeito combinava também com o perfil presente numa amostra retirada de uma vítima que sofrera violência sexual em 2003. Naquele ano, a polícia trabalhava em cima de um outro suspeito, mas o vínculo genético o havia inocentado.