Como presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembléia Legislativa, Moraes entende que estes dados devem estar à disposição na internet, nos órgãos oficiais e na mídia em geral. “Estas informações específicas por tipo de ocorrência, local onde são freqüentes, número de vítimas, drogas apreendidas, carros furtados e recuperados, etc. serão poderosos instrumentos para a elaboração de políticas públicas nesta área, que tanta intranqüilidade provoca na população”, afirmou.
Os números
Os dados sobre uso de drogas são bastante alarmantes, principalmente se levarmos em conta a opinião de especialistas que acreditam que o uso destes produtos é a causa principal da violência urbana. No Brasil são 30 milhões de dependentes químicos e em Curitiba a soma chega à 350 mil, sendo que a droga mais utilizada é o crack, a mais nociva e devastadora de todas. Outra importante informação é a que aponta a presença da droga em casa, num índice de 80% e 16% na rua.
A nossa Capital está entre as cinco mais violentas do País, ocupando o 4º lugar em consumo de drogas e o Estado do Paraná é o 1º lugar em contrabando de armas, munição e drogas, sendo que é considerado como o maior distribuidor para o País. Ou seja, mais de 70% destes produtos ilegais que vão para outros Estados, passam pelo Paraná.
Segundo Moraes, estas estatísticas são bastante preocupantes e em sua opinião, além da parceria do município de Curitiba e o Estado do Paraná, será necessário que a Polícia Federal esteja também em sintonia com as ações programadas no Estado. “Há uma necessidade de que as fronteiras no Sul do País tenham uma fiscalização rigorosa para que estes índices sejam derrubados”, garante.
O parlamentar acredita que a transparência dos dados da violência no Estado, com acesso facilitado a todos os cidadãos e autoridades, possa ser o ponto de partida para combater esta violência, “que vem cooptando os jovens, arruinando com suas vidas e de suas famílias numa proporção insustentável”. “Vamos abrir esta caixa-preta para que possamos agir com rapidez e presteza sob o risco de nos tornarmos um segundo Rio de Janeiro”, concluiu.