O presidente da Comissão de Segurança Pública, deputado Mauro Moraes, vem recebendo um grande volume de e-mails de Praças BMs preocupados com a hipótese de separação do Corpo de Bombeiros dos quadros da Polícia Militar do Paraná. “Os Praças sabem que a separação só trará benefícios para os que ocupam altos postos dentro da instituição”, comenta o parlamentar, com base em uma pesquisa feita recentemente em sua página na internet.
A enquete lançada pelo parlamentar em duas oportunidades (agosto de 2013 e janeiro de 2014) revelou que a maioria dos bombeiros, ou seja, os Praças, não deseja a separação. “Não há democracia e respeito quando a minoria quer decidir em nome da maioria. E a rejeição dos Praças ao projeto de desvinculação é absolutamente compreensível. A nova estrutura facilitaria as promoções apenas de Oficiais”, avalia.
Desde o ano passado, quando o assunto foi ventilado pelos corredores do governo e do Corpo de Bombeiros, a Comissão de Segurança abriu espaço para que o tema fosse tratado também por profissionais que estão na linha de frente da instituição. “Sempre houve uma preocupação da Comissão em incluir os Praças BM na discussão de um assunto que é de total interesse deles. Contudo, ao contrário disso, vemos que há grande desconsideração de uma minoria com o que deseja a ampla maioria”, afirma o parlamentar.
Outra preocupação que a proposta desperta no deputado é a falta de interesse de um pequeno grupo ao que faz parte da rotina dos Praças. Um exemplo é o valor da diária paga aos bombeiros que trabalham na Operação Verão. “Durante todo o tempo em que foi discutido o valor da diária, apenas a Comissão de Segurança pressionou o governo pelo pagamento da diária cheia”, lembra o deputado. Igualmente é verificado o descaso com a jornada de trabalho dos bombeiros que ficam de prontidão. Alguns chegam a fazer escalas de 72 horas. “Ou seja, há uma pauta extensa de temas que precisam do apoio da alta cúpula, mas que são tratados como secundários, entre eles a fixação da jornada de 40 horas, algo que já é definido para o setor administrativo”, frisa.
Moraes faz ponderações sobre a hipótese de separação, entre elas a falta de clareza sobre qual estrutura seria utilizada pelo Corpo de Bombeiros. “Os BMs não poderão mais utilizar os serviços do HPM, entre outros serviços. Isso seria altamente prejudicial para a maioria dos bombeiros”, questiona Moraes.