Uma carta-proposta com uma extensa lista de ações reivindicadas pela população de Cascavel para reduzir os índices de criminalidade na região foi entregue nesta quarta-feira (23) ao governador Beto Richa e o secretário de Estado da Segurança Wagner Mesquita. O documento solicita ampliação dos efetivos das polícias civil e militar, bem como a remoção de presos mantidos na 15º Subdivisão Policial.
O “Manifesto de Cascavel” foi redigido durante uma audiência promovida pela Comissão de Segurança de Segurança Pública da Assembleia Legislativa na sede do Legislativo cascavelense na primeira quinzena de setembro. Participaram das discussões membros das forças policiais do município, deputados que integram a Comissão e representantes da sociedade civil organizada de toda a região Oeste do Estado.
A carta faz referência aos problemas enfrentados por toda a região de Cascavel na área da segurança, em especial a defasagem do efetivo policial em comparação ao crescimento populacional. Também constam no “Manifesto de Cascavel” os dilemas próprios da fronteira, o que está diretamente ligado ao volume significativo de apreensões de drogas e, consequentemente, com presos provisórios encaminhados à Cadeia Pública.

“Ponto discutido com ampla participação da comunidade e autoridades foi a necessidade de readequação das instalações da cadeira pública da 15º Subdivisão Policial e a construção de uma Casa de Custódia para receber presos provisórios, bem como a ampliação do efetivo policial”, comenta o presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Moraes. “Para além das questões de estrutura que indiscutivelmente são pontos relevantes quando falamos de segurança pública, causou grande espanto o fato de que a população de Cascavel tem sido submetida a sofrimento psicológico e risco iminente à sua saúde, em razão das tentativas de fuga e da recente epidemia de Gripe A que assolou o estabelecimento carcerário”, continua.

Efetivo da PM

A superlotação da prisão, que hoje comporta o triplo de detentos do que teria capacidade, pautou boa parte das discussões. Contudo, também chamou a atenção dos membros da Comissão o apelo da população pela ampliação do efetivo da Polícia Militar. “O déficit do efetivo dificilmente será suprido apenas com o quadro atual da PM. O governo terá que convocar candidatos aprovados em concurso realizado em 2012 e que aguardam apenas o início do curso de formação”, explica Moraes. Este pedido também foi entregue ao governador Beto Richa nos itens que constam na carta-proposta.

Sucesso
Na avaliação do presidente da Comissão de Segurança Pública, a audiência foi um sucesso e será realizada em outras regiões do Estado. Eventos semelhantes serão promovidos nos municípios de Toledo, Londrina, Maringá e Umuarama.