Um estudo publicado pela Consultoria do Senado Federal se baseou na recente crise na segurança no Espírito Santo a fim de chamar a atenção para o déficit no sistema de previdência dos policiais militares e bombeiros nos estados. Em entrevista à Rádio Senado, o consultor Pedro Fernando Nery, mestre e doutorando em Economia pela Universidade de Brasília (UnB), afirmou que o Espírito Santo tem uma relação de 2,5 policiais militares na ativa para um inativo.

Outros estados tem um índice mais baixo. No Rio Grande do Sul, por exemplo, é de 0,9, ou seja, há menos PMs em atividade do que os que estão na reserva. Essa situação, segundo o consultor, restringe a capacidade dos estados de conceder aumentos salariais para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros e de reforçar o efetivo das duas corporações.

Para o presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Moraes, a análise é delicada e não pode ser “friamente interpretada”. De acordo com o deputado, o Paraná, por exemplo, precisa criar mecanismos de incentivo para que os policiais permaneçam mais tempo na ativa, como é o caso das promoções. O parlamentar explica, por exemplo, que parte da tropa no Estado decide ir pra reserva logo que permitido, desestimulados com falta de oportunidade de avanço na carreira e melhorias salariais.