O presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, deputado Mauro Moraes (PMDB), disse, nesta terça-feira, que a apreensão das CNHs suspensas seja de fato feita pela secretaria de Segurança Pública (SESP). No entanto, o parlamentar ressaltou que a Pasta não pode sobrecarregar o efetivo com essa função, uma vez que faltam policiais para cumprir os mais de 50 mil mandados de prisão expedidos pela Justiça.
Muitos mandados de prisão permanecem em aberto devido à falta de pessoal para fazê-lo. Segundo Moraes, a SESP deve dar absoluta prioridade aos casos relacionados diretamente à criminalidade. Durante as audiências públicas promovidas pela comissão em várias cidades do interior, capital e região metropolitana, o deputado pôde perceber o quanto a população está preocupada com a violência. Em todos os encontros os participantes cobraram das autoridades maior presença da policia nas ruas. “Por isso é inadmissível que um policial militar ou civil seja retirado da rua para procurar motoristas infratores”, disse Moraes.
Segundo o parlamentar, o Paraná dispõe de dois efetivos defasados. “Colocar esses policiais na caça de motoristas que, por um motivo ou outro, possuem pontos na carteira, é no mínimo uma incoerência. É preciso sim tirar a documentação de motoristas criminosos, que dirigem embriagados ou em alta velocidade e que sabem do risco de acidentes. No entanto, muitos estão com a carteira suspensa apenas por desrespeitarem outros pontos da lei de trânsito, como estacionar em local irregular e pelo não uso do cinto de segurança”, disse.
Para os motoristas que estão com a carteira suspensa, diz Moraes, “é preciso que seja encaminhada uma notificação pelos correios”, defendeu. “Pontos na carteira não torna ninguém um criminoso. Por isso não podemos sobrecarregar a policia com mais uma tarefa”, comentou.
Educação
Moraes defendeu ainda que a SESP passe a investir mais em campanhas de educação no trânsito e convocar, via mídia, os motoristas que estão com a CNH irregular para que entreguem a documentação. Para o parlamentar, causou estranheza que só após um episódio violento, em que dois jovens perderam a vida em uma acidente de trânsito, o qual envolveu o ex-deputado Ribas Carli Filho, que a secretaria resolveu agir.