Ao comandar uma das mais importantes comissões da Casa, o deputado nunca ficou apático diante dos problemas vivenciados pela população na área da segurança pública e, justamente por isso, passou a cobrar insistentemente do governo medidas eficazes no combate à violência. A omissão do Executivo, no entanto, fez com que o parlamentar não escondesse seu descontentamento, o que resultou em duras críticas. O efeito do posicionamento crítico do deputado ficou evidente em uma série de retaliações praticadas pelo PMDB. Vítima de perseguição, Moraes então decidiu trocar de legenda, filiando-se ao PSDB. A troca de partido também foi a única garantia encontrada por Moraes para tentar reeleição, uma vez que vozes peemedebistas não escondiam o interesse em negá-lo legenda nas eleições de outubro.
Ao trocar de sigla, o PMDB então passou a cobrar na Justiça o mandato de Moraes alegando infidelidade partidária. Na última quarta-feira (14), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE/PR) decidiu pela cassação do mandato, baseado nas alegações do seu ex-partido. Contudo, a grave perseguição sofrida pelo parlamentar será provada através de um recurso no Supremo Tribunal Eleitoral (STE). Enquanto isso, Moraes permanecerá trabalhando pela segurança no Paraná através dos movimentos “Curitiba Sem Violência” e “Paraná Sem Violência”, mobilizações importantes e que farão parte da luta do deputado dentro ou fora da Assembleia Legislativa. “Apesar dos obstáculos, não me furtarei ao compromisso, que livremente assumi com o povo do meu estado. Afianço-lhes que não me curvarei aos poderosos, que não mutilarei a tradição do povo paranaense, não envergonharei aos curitibanos, não aviltarei aos meus ideais. E tanto quanto possível, continuarei lutando para tornar nosso Paraná um estado mais seguro, justo e humano”, afirma o parlamentar.
Breve relação dos motivos que levaram Moraes a criticar a segurança no Paraná e, conseqüentemente, a ser perseguido pelo seu ex-partido:
-80% das drogas, munições e armas que circulam em outros estados brasileiros entram por nossas fronteiras e são distribuídas para outras regiões.
-Durante as audiências da comissão que presididas por Moraes, o deputado afirmou que o Paraná não poderia se transformar em um estado tão perigoso quanto São Paulo e Rio de Janeiro. Inclusive, esses dois estados reduziram, no ano passado, o índice de criminalidade em 20%, enquanto que no Paraná o mesmo índice subiu assustadoramente.
-Moraes disse que 80% dos crimes praticados no Paraná contra a vida e o patrimônio tem origem nas drogas.
- O deputado cobrou, e ainda cobra, o cumprimento dos mais de 50 mil mandados de prisão que temos em nossas delegacias de Vigilância e Captura, assim como os milhares de inquéritos mais recentes que se acumulam em todas as delegacias do Paraná.
-Falou da necessidade de contratação de profissionais para a polícia científica, pois nossos IMLs estão sucateados.
-Insiste na tese de que nossos Praças e Tenentes da PM estão trabalhando no limite e que precisam de aumento salarial significativo.
-Afirmou, durante as audiências, que precisamos aumentar imediatamente os efetivos da policia militar e policia civil. Nosso efetivo é o mesmo de trinta anos atrás.
-Cobra constantemente a retomada dos módulos policiais.
-Diz com freqüência que precisamos cobrar mais ação da Secretaria de Segurança e fiscalizar a aplicação de quase R$2 bilhões do nosso orçamento.
-Vem insistindo na necessidade de se fazer no Paraná uma verdadeira cruzada contra os traficantes, pois estamos vivendo uma verdadeira epidemia do crack.
-Afirma que precisamos colocar policiais militares nas ruas para evitar assaltos no comércio em todo o estado. Muitos comerciantes já foram assaltados mais de três vezes.
-Cobra maior empenho do governo em adquirir mais viaturas para as policias civil e militar.