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20/04/2010

Moraes diz que prefere perder mandato a perder a dignidade

Vítima de perseguição orquestrada pelo seu ex-partido na Casa, Moraes afirmou que vai permanecer lutando por melhorias em várias áreas, sobretudo na segurança pública, alvo de críticas constantes por parte do ex-deputado. “Exigir o cumprimento de medidas de combate à criminalidade e apontar as visíveis deficiências da segurança pública, o que ficou comprovado através da substituição no comando na Pasta responsável, me custaram o mandato de deputado”, comentou. “Mesmo assim mantenho a luta e a defesa de projetos polêmicos que apresentei durante o tempo em que estive na Casa, entre eles a PEC que suspende o pagamento de aposentaria para ex-governadores e a garantia de eleição direta para a direção do Colégio Estadual do Paraná, matérias que, com a pressão exercida pelo governo, não foram votadas”, completou.
Moraes lamentou a manutenção do discurso do PMDB a respeito da sua suposta infidelidade. “É no mínimo uma posição incoerente. Como é que o PMDB no Paraná pode acusar alguém de infiel, uma vez que, tendo candidato próprio, trata nos bastidores com outras legendas, propagando a traição. O mesmo partido faz discurso de boas vindas a um suplente que esteve muito bem acomodado no governo de Jaime Lerner, administração tão duramente criticada por peemedebistas.
A mesma regra que determina que o mandato pertence ao partido também prevê brecha para filiados perseguidos por demais membros ou direção da sigla. Moraes argumenta perseguição por parte do PMDB desde que começou a discordar da interferência do Executivo sobre as decisões individuais de deputados que compõem a base de apoio ao governo na Casa. “Eu e Mauro Moraes sempre tivemos divergências políticas provocadas por batalhas iniciadas pelo próprio parlamentar”, admitiu o presidente estadual do PMDB, deputado Waldyr Pugliesi. Ainda dentro da bancada peemedebista, Moraes muitas vezes ignorava as orientação da liderança do governo. Contudo, o comportamento “rebelde” do tucano era mais visível sempre que apresentava emendas aos projetos elaborados pelo Executivo, muitas relacionadas aos vencimentos de servidores públicos, ampliando os índices de cálculo de reajuste das diversas categorias do funcionalismo. Em retaliação ao descumprimento das determinações do governo, o PMDB substituiu o deputado nas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e Segurança Pública.