Como o governo condicionou o pagamento do reajuste ao suposto aumento na arrecadação, o projeto de lei aprovado pelo legislativo pode não passar de uma promessa. Ocorre que recentemente, exatamente na hora em que o aumento deveria ser pago, na folha de maio, o Executivo afirma que não obteve excesso na arredação.

Por sua vez, a oposição ao governo na Assembleia Legislativa vem insistindo na tese de que as informações repassadas pela administração estadual a respeito do seu caixa não são claras.

Para Mauro Moraes, o governo tem a obrigação de dizer a verdade para os servidores, evitando assim falsa expectativa em torno do aumento. “Não é possível que uma pequena correção nos salários dos servidores, inclusive inferior ao que o governo concedeu para a iniciativa privada, seja transformada em uma novela. É preciso uma definição clara e objetiva”, defendeu Moraes.

O Estado alega que a receita total nos primeiros quatro meses de 2010 teria sido 4% menor do que a prevista no Orçamento, uma diferença de quase R$ 700 milhões entre o projetado e arrecadado.

O oposição, porém, apontou que dados oficiais do próprio governo indicariam aumento da arrecadação no período. Os dados oficiais mostram que nos primeiros quatro meses de 2010, a receita total do Estado teve um aumento de 13,47% em relação ao mesmo período de 2009, passando de R$ 5,9 bilhões para R$ 6,7 bilhões.