A comissão definiu uma pequena relação dos nomes que serão ouvidos pelos deputados nas próximas semanas. A lista inclui o atual presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni. Na avaliação de Moraes, assim como Rossoni, que deverá falar aos parlamentares em uma reunião aberta, os demais participantes devem receber o mesmo tratamento. “É fundamental para a credibilidade da CPI que nenhuma informação seja mantida em sigilo, uma vez que a própria Assembleia Legislativa está engajada em um projeto de transparência pública”, defendeu.
Na reunião desta quarta-feira, a CPI colocou em discussão a participação de ex-integrantes da Mesa Diretora em oitiva a ser realizada a portas fechadas. O relator foi inicialmente contrário a proposta, alegando que nenhum depoente poderá receber tratamento diferenciado. Todos os convocados pela comissão até momento foram ouvidos em reuniões abertas ao público.
Os próximos depoentes terão que prestar esclarecimentos sobre a compra e instalação de bloqueadores de celular. Em fevereiro deste ano, aparelhos com essa finalidade foram encontrados em salas da presidência e primeira secretaria da Casa. “A questão do uso do aparelho não cabe a mim responder”, disse o proprietário da empresa responsável pela venda do equipamento, Marcos Aurélio Menestrina, em depoimento à CPI.
Menestrina disse que a compra foi efetuada ao Legislativo através de uma carta convite feita por telefone e posteriormente autorizada pelo ex-diretor administrativo, Francisco Ricardo Neto. “Por se tratar de uma carta convite feita por uma Casa de Leis, nunca imaginei que a compra seria ilegal ou que deveria ser homologada pela Anatel”, explicou o empresário. Apenas penitenciárias possuem autorização para a utilização de aparelhagem similar a encontrada na Assembleia. Também em depoimento à comissão, Neto confirmou a compra do aparelho orçamento em R$24 mil, valor pelo menos quatro vezes acima do preço praticado pelo mercado.
Segundo depoimento de Menestrina, as duas caixas contendo luminárias com bloqueadores de celular foram entregues a Neto, que teria pedido a um funcionários que trabalhava com gesso em uma sala ao lado para instalar o equipamento. Feita a instalação, o ex-diretor teria se esquecido de avisar aos interessados sobre a existência do aparelho. Segundo ele, a “encomenda” seria um desejo de vários deputados que estavam preocupados com a pouca privacidade durante as reuniões a portas fechadas. O ex-diretor geral da Casa, Eron Aboud também prestará esclarecimentos na próxima reunião.