"A administração terá de ser considerada tanto uma ciência como uma humanidade"
--- Peter F. Drucker
O contexto histórico atualrequer governos inovadores
Rua XV de Novembro
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Na década de 60, o grau de desenvolvimento das cidades era avaliado com base na altura dos prédios e a largura das avenidas e o planejamento urbano girava em torno do
automóvel. Tóquio, Nova York e São Paulo eram exemplos de progresso e as cidade brasileiras de porte médio procuravam imitá-las. Pesquisa realizada nesse período apontava que Curitiba era uma Cidade pobre, de economia terceira e administrativa.
Nesse contexto, foi elaborado um plano diretor que propunha três transformações básicas na cidade: a física, a econômica e a cultural. Esse plano passou a ser implementado no início da década de 70. Seus resultados tornaram Curitiba referência em experiência bem sucedida de planejamento urbano.
Passadas mais de 3 décadas desde a sua gestação, a essência do plano diretor continua a mesma, embora tenha passado por ajustes para atender o crescimento da cidade. Embora alguns defendam que a cidade precisa de um novo plano diretor. Esse não é o desafio com que se defronta Curitiba e as administrações públicas de um modo geral. As dificuldades pelas quais passam os governos e a necessidade premente da adoção de uma nova maneira de conduzir os negócios públicos são as questões que nos desafiam neste início de milênio. As burocracias centralizadas e com prestação de serviços uniformes que caracterizam os governos da era industrial já não conseguem gerar respostas aos problemas enfrentados por uma sociedade fundamentada no conhecimento e na informação. O contexto histórico atual requer governos inovadores, comandados por empreendedores dispostos a inventar uma nova maneira de trabalhar no setor público.
Adotar políticas administrativas descentralizadoras e promover a participação da comunidade, são caminhos que podem garantir o respaldo popular ao processo decisório, condição fundamental para que os cidadãos tenham a percepção de que suas expectativas estão sendo
A reforma da máquina
também deve ser prioritária
para o governo municipal.
Universidade Federal do Paraná
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contempladas nos atos do governo. Sem essa condição, mesmo a inovação mais criativa pode parecer sem significado para a maioria do conjunto social. É nesse sentido que Curitiba precisa reafirmar sua tendência às inovações, com ações voltadas para o social, de forma a permitir que um grande contingente de cidadãos excluídos venham a ter acesso aos benefícios do desenvolvimento. Nesse contexto, segurança é questão prioritária e a população não se sente confortada apenas com planos para debelar a criminalidade. São os resultados que interessam. Por sua vez, o sistema educacional do município deve estar voltado para a formação de pessoas oferecendo qualidade com custo compatível aos praticadas pelas preparadas para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho, instituições não governamentais. A reforma da máquina também deve ser prioritária para o governo municipal. Secretarias podem ser extintas, como a de recursos humanos, que pode vir a ser um departamento da secretaria de administração, e a da criança, que pode ser integrada à de educação. Um plano para demissão voluntária de servidores municipais pode ser implementado, de forma a promover-se o enxugamento da máquina administrativa.
Transparência, funcionalidade e abrangência social são os requisitos que devem orientar a administração municipal. Dessa forma, as inovações propostas pelo governo serão compreendidas, reconhecidas e contarão com o apoio e participação da população.
Mauro Moraes
Deputado Estadual
Advogado - Pós-graduado em Adm. de Empresas pela FGV